Fui uma criança e adolescente bem feliz… daquelas pessoas que são criadas com amor de mãe, pai-drasto, avós, primos e tios, sabe? Na minha casa (como uma boa casa luso-brasileira) era comum a gritaria, a correria, as confusões e – veja só – o despertar da criatividade. Cresci apaixonada por Lego, por construções de madeira, por cores. Tive em algum momento uma dúvida se minha carreira seguiria para a área de Comunicação ou se eu iria para a Arquitetura: foi inevitável e a comunicação ganhou meu coração.
Quando comecei a faculdade de Relações Públicas na Fundação Cásper Líbero, fugia de eventos por achar clichê e – imagine só – sem graça. (Ahhh, as voltas que a vida dá. rs)
Foi justamente trabalhando com eventos que eu descobri que poderia unir duas das minhas maiores paixões: estratégias de comunicação e construção de projetos. Ao desenvolver eventos sociais e corporativos, me vi encantada e imersa em um mundo cenográfico em que o céu é o limite.
Muitos profissionais e pessoas do meu convívio não entendem o motivo de eu ser apaixonada por cenografia e me dedicar tanto ao aprendizado de novas técnicas e materiais, de tendências do Brasil e do mundo. A verdade é que eu sou uma pessoa conectada e acho maravilhoso ter uma profissão que me possibilita criar e realizar sempre. Por meio de estudo e referências, é possível entender melhor o seu cliente, o produto, a marca, o conceito e claro: atender as expectativas da equipe comercial e do mercado.
O uso eficiente dos conhecimentos de cenografia possibilita que o seu evento seja encantador ou aconchegante ou moderno ou tecnológico… acredite: tudo depende do briefing; desperta o interesse de um produto no ponto de venda (PDV), possibilita o lançamento de um produto, faz um casamento inesquecível pelos detalhes ou ainda, torna mais confortável comprar na loja A e não na B.
O bom uso de materiais em um projeto cenográfico torna possível criar palcos para o show daquele artista que você tanto ama de modo seguro, com a luz certa no local correto e o som audível para todos, independentemente do tamanho ou local do evento.
Trabalhar com cenografia me possibilitou expandir e criar muito mais do que eu julguei um dia ser capaz. Abriu caminhos profissionais e me transformou em um ser humano melhor porque foi no chão dos pavilhões deste Brasil – e em meio a muita serragem rs – que percebi a importância de conviver com diferentes classes sociais, saber comunicar-me de forma clara do “P ao P” (do porteiro ao presidente) e de buscar soluções para problemas que eu não havia criado.
Engana-se, porém, quem acredita que fazer cenografia é fácil. Para desenvolver bons projetos é necessário muito estudo, técnica (áreas de Física, Matemática e Química inclusive), muita paixão e dizer até logo a alguns bons feriados e finais de semana. Entretanto, é por meio do conhecimento teórico aliado à uma prática eficaz, de acabamento impecável, que a recompensa vem. Aquela ideia embrionária finalmente sai do papel e nasce para cumprir seu propósito mercadológico, artístico ou social… e aí, ah… aí não há olho que não brilhe e sorriso que se controle. Bem-vindo ao clube, você também está apaixonado por cenografia.
Márcia Tibério
Relações Públicas formada pela Faculdade Cásper Líbero e mestranda em Marketing Internacional e Gestão Econômica pela Universidade de Barcelona. Atualmente é Sócia-Diretora da Agência Vasto, sendo responsável pelas áreas de Eventos e Marketing.
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