Em oficina sobre diversidade, Cásper trata migração e refúgio nas organizações
No dia 04 de abril, uma segunda-feira, a Faculdade Cásper Líbero irá promover mais uma oficina sobre diversidade nas organizações. Dessa vez, o tema do encontro será: Migração e Refúgio.
Ao passo que os desafios do mundo, tal qual guerras, fomes, desastres naturais e extremos recessos econômicos, intensificam os fluxos humanos, ondas de conservadorismo e de xenofobia se tornam crescentes. Com isso, essa oficina tem como objetivo refletir sobre o papel das organizações neste movimento, bem como visitar conceitos fundamentais para ampliar nosso entendimento sobre a temática.
Atualmente, há cerca de 80 milhões de pessoas deslocadas no mundo, segundo o relatório Tendências Globais da Agência da ONU para Refugiados (2020). Tal contexto desafia governo, empresas e sociedade a buscar meios efetivos e integrados de acolhimento que levem em conta não só o acesso aos direitos humanos fundamentais, como, também, os contextos culturais e linguísticos diversos de cada indivíduo.
Por isso, é fundamental capacitar estudantes a reconhecerem as principais questões relacionadas a Refugiados e Migrantes no contexto das organizações brasileiras, de forma a assegurar uma atuação que vise promover equidade, a partir de iniciativas bem estruturadas.
De acordo com a professora do curso, Nayara Nogueira, as organizações têm, antes de tudo, responsabilidade na sociedade em que atuam e dela se beneficiam e o gestor é a pedra fundamental para o sucesso da diversidade e inclusão na empresa. Por isso, segundo Nayara, é fundamental que uma empresa forneça um ambiente acolhedor para refugiados e imigrantes.
”Devido aos múltiplos desafios de adaptação no país de destino, que passam desde o idioma até questões culturais mais básicas, a pessoa migrante é vista como incapaz e operacional pelo mercado de trabalho. Soma-se a este desafio o racismo estrutural e a intensa desigualdade social que vivemos no Brasil, ou seja: migrantes ricos e brancos são bem-vindos, bem-vistos, migrantes pobres e negros são excluídos. Superar estes vieses para um combate interseccional é o primeiro passo e o que não falta são organizações de referência, tal qual a Missão Paz e a Cáritas em São Paulo” relata.
Segundo dados do Ministério da Justiça do ano passado, apesar das pessoas migrantes em idade ativa terem um alto nível de qualificação, com escolaridade entre ensino médio e superior, a maior parte desses trabalhadores ainda se concentram no trabalho informal e em atividades operacionais, como comércio informal e indústria. E apesar de São Paulo configurar como a terceira maior economia da América Latina, os salários das pessoas migrantes acompanham a precarização: em média os migrantes recebem entre 1 e 2 salários-mínimos, segundo aponta o relatório. Os números caminham a passos lentos e o cenário é bastante desafiador. Ainda assim, há o que comemorar: as mulheres têm ganhado protagonismo nos fluxos migratórios e cada vez mais vemos migrantes se articulando politicamente na busca de superar estes gaps. O avanço da Lei Migratória no Brasil alcançado em 2017 foi uma vitória, mas ainda temos um longo caminho a percorrer.
Oficina Migração e Refúgio
Data: 04/04/2022 (segunda-feira)
Horário: das 18h30 às 22h30
Local: Microsoft Teams (Online)
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