Em oficina sobre diversidade, Cásper debate o papel das organizações na promoção da igualdade racial
A percepção da importância da diversidade e inclusão racial no meio corporativo vem provendo um aumento de oportunidades nos últimos anos, mas desigualdades entre brancos e negros no mercado de trabalho ainda são marcantes.
Com o objetivo de capacitar estudantes a reconhecerem as principais questões relacionadas à diversidade racial nas organizações, no dia 11 de abril (segunda-feira), a Cásper irá promover a oficina Raça e Etnia.
Nesta oficina, será explorado o contexto histórico e social do racismo estrutural e os desafios para empresas e gestores que desejem se empenhar em uma mudança do quadro corporativo. Por mais que tenha dobrado o percentual de pessoas negras nas universidades, essa proporção não se reflete no quadro das empresas, sobretudo nos cargos de gestão. Somando 56% da população brasileira, homens e mulheres negras não possuem representatividade proporcional em lugares de liderança e poder.
As aulas serão ministradas pelos professores Caue B. Ranzeiro, sociólogo e antropólogo, e Camila Torres Cesar, mestre em Direito Político e Econômico.
“A sociedade racialmente hierarquizada impõe diferenças em diversos aspectos da vida de pessoas brancas e pretas, como o acesso à educação, saúde, violência, moradia e certamente no trabalho. Estatisticamente, pessoas negras recebem menores salários, são menos promovidas e estão entre as primeiras a serem desligadas em caso de cortes nas áreas ou demissões. Ainda se verifica que negras e negros desempenham funções que estão aquém de sua formação, outro indicativo de que a raça é um grande limitador de oportunidades e crescimento no mercado de trabalho”, relata a profa. da Oficina.
Segundo a professora, as organizações são parte de uma sociedade estruturalmente discriminatória e, portanto, reproduzem internamente os mesmos padrões de diferenciação e exclusão de pessoas negras. “Quando realizamos o recorte por gênero e raça, a situação é ainda mais gritante, pois as mulheres negras apresentam os piores índices em todos os quesitos e correspondem a menos de 1% das pessoas em altos níveis de liderança”, explica.
Ela ainda relata que a política de diversidade racial em uma empresa seja efetiva é papel do gestor não apenas se empenhar para repassar as diretrizes como também demonstrar seu cumprimento e motivação no dia a dia.
“Verifica-se que o engajamento e transformação das equipes está diretamente relacionado ao grau de envolvimento do/a gestor(a) com esta mudança institucional e estrutural. Este profissional funciona como um termômetro da intencionalidade da organização em promover mudanças estruturais e concretas”.
Pesquisa
Recentemente, no ano de 2020, um estudo da PUCRS apontou que profissionais negros recebem 17% menos que profissionais brancos, mesmo executando as mesmas funções, com isso, de acordo com Camila, é dever de uma organização contornar essa situação através de uma política de inclusão étnico racial consistente, que promova o letramento da liderança, da equipe.
“Em síntese, é necessário que uma empresa: aprimore os processos de contratação para adequar profissionais às faixas salariais compatíveis, elabore planos de carreira objetivos e que priorizem efetivamente a ascensão de profissionais negras e negros e, por fim, com urgência, busque, identificar e corrija possíveis casos internos” finaliza a professora.
Oficina Raça e Etnia
Data: 11/04/2022 (segunda-feira)
Horário: das 18h30 às 22h30
Local: Microsoft Teams (Online)
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